sexta-feira, maio 27, 2011

...

Estava tudo meramente ali.
Em seu total mínimo aqui.
Um olhar, dois olhares, um, dois.
Sem percepções, sem dialogismos, sem dígitos.
Eu ouvia o gosto, enxergava o tato, degustava o toque.

Pirei, emocionei;
Cá estou sem saber onde.
Lá eu vou sem entender como.

Mas eu estou. Agora. Aqui.

sábado, maio 21, 2011

ecnoacia

Tem o gosto amargo.
Não é café nem chocolate,
Não penso que seja algo lícito.
A sensação era de amargura sem frescura, entende?

Nem café, nem chocolate.

Era ecnoacia.
Eu fui apresentada a Ela e tudo se desconstruiu a minha volta.
Fiquei
demoralizada
fatigada
pequenina.

Mas eu sentia a antípoda

com moral
energética
e tão grande.

Ecnoacia pode deixar as pessoas assim, sabe?
Depende de quem vê, de quem sente. Você?

Meninas e meninos. Adult@s, tod@s junt@s.

Eu não quero. Já passou.
Agora eu quero só prazer. Amor com café e chocolate mesmo.
E um cigarro depois.


...

terça-feira, maio 10, 2011

Verbalizar

Servi.
Engoli.
Queimei.

Enlouqueci.
Senti saudades.
Questionei.


Eu quero.
Depois me apego.
Depois me entrego.
Jogo fora.

Só quero ela,
amar intenso,
me doar com tudo...
Sentir profundo.

E a puta merda do que vem depois,
não me satisfaz,
não me preocupa
.

Só quero ela,
amar intenso,
me doar com tudo...
Sentir profundo.

terça-feira, maio 03, 2011

Spread and AlivE

Sabe... eu senti frio.
Olhei pela janela e pude ver o ar seco. Sim, eu o vi.
Abri a porta de casa e meu pulmão se encheu dessa sensação de estar congelada internamente.
Pude sentir meu coração em suas sístoles e diástoles levando cubinhos de sangue para o resto do meu cárcere.
Movi meus roxos lábios e gritei o nome dela. Gritei tão alto que senti uma pressão dentro de mim como se eu houvesse quebrados partes minhas já congeladas.
Gritei mais uma vez.
Caí no chão.
Não havia maneira de movimentação.
Eu estava alí. Jogada na grama verde, sem consegir falar, sem conseguir enxergar.
As horas passaram, o sol apareceu e eu senti cada pedaço do meu eu derreter-se.
Todo o fluxo do meu corpo se espalhou ao longo das ruas e eu, enfim, pude sentir novamente.
Senti tanto que gostei da ideia de estar viva mais uma vez...

segunda-feira, maio 02, 2011

torturas secas

A cada gota do seco vinho
Me tortura não ver
Não tocar
Não ir

Em cada música que ouço
Me tortura não cantar
Não expressar
Não gritar

Em cada pele que senti
Me tortura não agir
Não pegar
Não manter

Para cada palavra que falei
Me tortura não repetir
Não refletir
Não engasgar

A cada tortura que passei
Me vejo aqui
Me esforço ali
E vou praí.