quinta-feira, agosto 11, 2011

nunca mais

A menina sorriu. Os olhos permaneciam tristes, longe, hipnotizados.
Toda a postura de menina foi posta de lado naquela manhã. Fazia um frio que congelava as entranhas de qualquer um que na rua estivesse.
Ela desceu do carro. Deixou os vidros entreabertos e as portas destrancadas. Começou a caminhar. As ruas permaneciam silenciosas, só ouvia-se os passos de seus tamancos e as folhas secas levadas pelo vento forte.
Perdidamente cega.
O refluxo de idéias. Teorias não postas à prática.
Prática não tem nada a ver com praticidade, pensava ela. Gritou, chorou, atirou-se no chão.
Em posição de milhões de contrações, após o gozo, parecia nascer novamente.
Deu volta, entrou no carro e seguiu até a estrada.
Em questão de pouco tempo e grande velocidade, apagou. Morrera ali.
Nunca mais ouviram falar daquela mulher por fora, menina por dentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário